quarta-feira, 25 de novembro de 2009

As competências mais desejadas no gestor de TI

Os CIOs precisam equilibrar conhecimento técnico e de negócios, com uma boa capacidade de comunicação, gestão de pessoas e um perfil inovador

Quanto mais a empresa considera a TI como uma área estratégica, menos valoriza competências técnicas para o CIO. Isso não significa, no entanto, que o gestor da área de tecnologia da informação pode se dar ao luxo de deixar de lado os conhecimentos específicos da sua área.

Assim como os super-heróis das histórias em quadrinho, o CIO precisa ter várias identidades. No momento em que ele está sentado em frente ao board, deve assumir uma postura e um discurso totalmente orientados aos negócios. Já quando encontra-se na mesa de negociação com fornecedores ou conversa sobre o escopo de um determinado projeto com sua equipe, tem de resgatar a bagagem de conhecimentos técnicos.

Essa multiplicidade de visões também se aplica às competências exigidas dos CIOs. Isso porque, além da identidade técnica e de negócios, os profissionais são cobrados por sua capacidade de atender às demandas das diversas áreas da companhia e por gerenciar a equipe de TI e os fornecedores. Além disso, eles precisam encontrar tempo para idealizar produtos e serviços inovadores.

Equilibrar essas diferentes tarefas representa um fator crucial para o sucesso dos gestores de TI. Prova disso é que muitos CIOs foram demitidos ou deixaram a companhia no período de crise por conta da dificuldade em se adequar às novas expectativas das organizações, de acordo com a vice-presidente da consultoria Gartner para América Latina, Ione Coco.

A seguir, seguem as competências essenciais para os CIOs, na visão de especialistas e de profissionais que atuam no setor:

Conhecimento do negócio – Por mais interessantes que as tecnologias pareçam para a equipe de TI, os argumentos técnicos não podem ser utilizados para justificar um projeto para a diretoria e as demais áreas da organização. Assim, os CIOs devem conhecer a fundo o negócio da companhia para entender como as iniciativas da sua área estão alinhadas aos objetivos da organização e quais os resultados práticos esperados.

“Um projeto de TI é um investimento como qualquer outro da empresa e, em muitas ocasiões, pode inclusive concorrer com as demais áreas”, afirma o gerente de sistemas da Basf no Brasil, Ricardo Crepaldi. “Uma reestruturação de parque tecnológico, por exemplo, necessita estar alinhada à necessidade de crescimento da empresa. Não faz mais sentido trocar só por trocar.”, acrescenta o executivo.

Capacidade de comunicação – No dia-a-dia das organizações, boa parte das atividades de TI passa despercebida pelos funcionários da companhia. Na realidade, o CIO e a sua equipe só são lembrados em situações negativas, como quando o sistema cai ou o computador para de funcionar. Com isso, a imagem do trabalho da área de tecnologia da informação fica prejudicada dentro das organizações. E o pior, essa percepção chega até o board da companhia, o que reflete diretamente no humor de investimentos em novos projetos.

O CIO que pretende reverter essa situação precisa estar preparado a estruturar uma melhor comunicação de sua área com todos os stackeholders da organização. Para tanto, precisa investir em ferramentas que o ajudem a divulgar as iniciativas de TI a toda a companhia, bem como criar um canal para que os diversos usuários consigam expressar opiniões sobre produtos e serviços oferecidos pela equipe de tecnologia.

Gestão de pessoas – Os resultados da área de TI também estão diretamente relacionados à capacidade que o CIO tem para recrutar, reter e desenvolver seus colaboradores. Assim, a sócia da consultoria brasileira Career Center – especializada em gestão estratégica e recolocação profissional –, Karin Parodi, aconselha que esses profissionais estejam atentos à gestão de pessoas e não deleguem essa função apenas para a área de recursos humanos.

Essa capacidade de gestão e motivação das equipes é essencial a qualquer profissional em posição de liderança, mas tende a ser ainda mais crítica na TI, uma vez que trata-se de um setor no qual faltam pessoas capacitadas e, portanto, a retenção de talentos é essencial.

Perfil inovador – Quando buscam um profissional para ocupar a posição de CIO, as empresas buscam pessoas com postura voltada à inovação, de acordo com a diretora de TI e telecom da consultoria brasileira de recrutamento de executivos Fesa, Ana Luiza Loureiro Segall.

“Na prática, isso seria, por exemplo, representado por um CIO que, antenado aos lançamentos do mercado no qual atua, percebe uma nova maneira de se relacionar com os clientes e leva essa sugestão à área de marketing”, exemplifica Ana Luiza.

Conhecimento técnico – Um levantamento realizado pela consultoria norte-americana Diamond Management & Technology apontou que um dos pecados que o CIO comete é distanciar-se do conhecimento técnico. De acordo com o estudo, sem essa habilidade, o profissional não consegue saber como o departamento de TI pode contribuir com as demais áreas da organização e não consegue liderar sua própria equipe.

Na mesma linha, uma pesquisa realizada pelo diretor de tecnologia da informação da Halliburton no Brasil, Etienne Vreus, com 111 gestores de TI de empresas brasileiras, aponta que o conhecimento técnico é uma das sete competências essenciais ao CIO atualmente.

Fonte: CIO

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